REVISADO E REPAGINADO

Desde sua fundação a cidade de São Paulo é intrigante. De um simples pouso de tropas no século XVIII, tornou-se a maior cidade da América Latina. Em sua bandeira está a frase: “Non ducor, duco”, que significa: “Não sou conduzido, conduzo.” São Paulo não só conduz o progresso como é a cidade que não pode parar. Alguns dizem que ela é o motor do Brasil. Outros a chamam de Paulicéia Desvairada. Caetano cantou a deselegância discreta de suas meninas. Adoniran Barbosa, , compondo o samba paulista, cantou o Trem das Onze, Saudosa Maloca e tantos outros.

São Paulo é a cidade multicultural do Brasil. As pessoas têm o sonho de conhecer São Paulo pelos seus shoppings, suas lojas, seus teatros, cinemas, suas atrações culturais, suas empresas gerando muita grana e seus restaurantes! São Paulo é uma cidade Gourmet! Nela há restaurantes de todas as nacionalidades, de todas as categorias, de todos os preços.

Em meio a tudo isto, São Paulo é uma cidade com um trânsito infernal e um alto índice de criminalidade.

Nela vive Alyrio Cobra, detetive quarentão que adora a cidade de São Paulo e tem como característica principal ser impessoal como a cidade. Bebe de tudo, come de tudo. Não é um modelo de herói. É um cara que sobreviveu a decepções. Ao se divorciar, teve de deixar a profissão de advogado e as circunstâncias o levaram às investigações.

Diante de antagonistas poderosos, Alyrio jamais fracassa, chegando sempre ao culpado. O que considero o final feliz das histórias policiais que tanto atraem público.

Por ser um apaixonado pela cidade de São Paulo, quando está envolvido em casos complicados, gosta de caminhar pelo centro velho e, quando as pistas se embaralham em sua cabeça, ele sobe ao terraço do edifício Banespa. Olhando lá de cima o caos e a imensidão da metrópole, organiza melhor os pensamentos e foca em pistas mais acertadas.

Ele vive no último sobrado que ainda não virou comércio ou empreendimento imobiliário na rua Frei Caneca, região da Paulista, e tem o escritório da Rua 7 de Abril, centro velho da cidade. Seu vizinho de escritório é George, um gourmet que, aproveitando um dos pontos altos da cidade de São Paulo que é a gastronomia, o introduz nas boas refeições. Tem também um auxiliar motoboy, personagem da cidade. São Paulo tem a maior frota de motoboys do continente e Jéferson representa bem a classe.

PAISAGENS NOTURNAS foi publicado pela primeira vez em 2003. Desde então passou por algumas editoras e agora sai repaginado e muito bem revisado pela Estremoz Editora.

Em PAISAGENS NOTURNAS, Alyrio Cobra é contratado por um rico executivo, cuja irmã foi assassinada próximo à escola da periferia em que lecionava.  Os assassinos, dois alunos da escola, confessam o crime. O corpo já foi enterrado. Existem assassinos confessos e um bom motivo – a professora os perseguia e impedia a atividade de venda de drogas nas salas de aula. O livro é a história dessa professora assassinada e é também a história de uma série de quadros que retratam paisagens escurecidas pela noite e assombradas pela lua. O que uma coisa tem a ver com a outra é a ponta do fio de uma meada que o detetive Alyrio Cobra tenta decifrar. Até chegar à outra ponta, ele vai ter de enveredar por um mundo em que nada (nem ninguém) é exatamente o que parece ser e vai ter de correr contra o tempo para impedir que a mola propulsora que desencadeia os assassinatos seja estancada. No meio disso tudo vai encontrar fatos que remetem aos nevoeiros descritos pelos poetas românticos europeus do século dezenove, reproduzidos pelos estudantes da então recém fundada escola de direito de São Paulo e retratados nos dias de hoje por uma pintora de nome Domitila.

Muito bem revisado e repaginado, PAISAGENS NOTURNAS está em pré venda na Estremoz Editora. Reserve seu exemplar. Você vai conhecer um detetive genuinamente paulistano que muitas vezes faz da cidade um personagem interessantíssimo.

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